todo VOCÊ

Como eu me reconectei comigo mesma

Descubra com Júlia Tibério a importância de se sentir bem

Criado em: 12/06/2021 | Editado em: 14/06/2021

Júlia Tibério é jornalista e influenciadora apaixonada por moda. Ela acumula seguidores no seu Instagram onde compartilha as tendências do momento, looks inspiradores e muito sobre seu lifestyle. Para o Hering Todo Momento, ela traz uma reflexão importante sobre momentos de pausa durante o mês mais romântico do ano. E claro, Julia veste a coleção “Minha Melhor Versão” que tem tudo a ver com esse bate-papo. Vem com a gente!

Por Júlia Tibério

Não sei qual foi a última vez em que escrevi um texto. Antes eu passava os meus dias escrevendo para os outros e hoje esses momentos são cada vez mais raros. A mudança de profissão, a correria do dia a dia, a saturação de informação… Ultimamente, confesso que tenho lembrado muito dos meus dias como jornalista de revista de moda, eu era muito feliz e sabia.

Não que hoje eu não seja, mas acho que tenho sentido falta do coletivo, de ser parte de algo, de trabalhar em equipe, de encontrar amigos no dia a dia. Meu Deus, que falta isso me faz – reflexos da pandemia, claro. Tenho sentido uma saudade da vida normal…

Quando comecei a pensar sobre esse texto, achei que o foco seria Dia dos Namorados, relações, autocuidado… Afinal, digito essas palavras no dia 12 de junho, enquanto estou sentada sozinha na cama de um hotel em Madrid. Meu namorado está na Itália, não nos vemos há 7 meses, e eu até poderia ter ido encontrá-lo hoje, mas, honestamente, não tive vontade. Está um dia lindo, de Sol, e mesmo assim não estou super animada para sair e ver a cidade. Me sinto meio blé.

Ontem falando com um dos meus melhores amigos disse: “caramba, que saudade da minha vida. Não tinha percebido que me sentia assim até chegar aqui”. Não estou reclamando – sei que essa realidade já é melhor do que a de 99% da população. Mas ao chegar aqui me dei conta de que esqueci de mim. Eu que sempre fui uma pessoa tão positiva e alegre, ando para baixo, e me sinto péssima por isso. Não me aceito. Mas devo, né? São tempos difíceis… A gente anda meio confuso mesmo.

Tive que vir passar uns dias sozinha para pôr a cabeça no lugar e entender como me sinto. Em São Paulo, a casa é sempre animada e feliz e depois de três dias já sinto falta disso. Amanhã volto para Florença, minha segunda casa, e estou contando os segundos. Encontrar pessoas que amo…

Credo, esse texto tá meio bad vibes…

Eu realmente acredito que para nos conhecermos devemos tocar em algumas feridas, passar por alguns processos. É assim que evoluímos e nos tornamos melhores.

Madrid é muito importante na minha existência, ressignifiquei e ressignifico tanto por aqui. Eu venho para cá desde que tenho 15 anos, sinto que me transformei demais desde aquela primeira vez… É engraçado pensar em quantas versões de mim mesma já passaram por aqui. Já vim para celebrar, para estudar, para esquecer um ex-amor… Dessa vez, acho que vim para tomar fôlego.

A verdade é que para sermos plenamente felizes precisamos nos conhecer. Às vésperas de completar 30 anos, eu entendi que hoje, me sinto mais feliz quando acompanhada. E admitir isso para mim mesma é libertador. A vida é muito curta para se contentar com pouco ou perder tempo com quem não agrega. E aí eu vou deixar aqui uma reflexão que faço para todas as relações em minha vida: se eu me afastar daquela pessoa, meus dias serão mais tristes, do que sentirei falta? ou ficarei mais em paz?

Calma que eu já estou chegando no final feliz…

Depois de organizar meus pensamentos nesse texto, entendi que talvez esteja diante de uma nova versão de mim. Então, confesso aqui que não vejo a hora de chegar em Florença amanhã e encontrar os meus, me sentir acolhida. Talvez tivesse receio de admitir isso, mas eu posso sim ser bem sucedida no trabalho, ter uma carreira wow, e ainda assim me sentir mais feliz quando acompanhada, certo? Uma coisa não anula a outra. Pelo contrário, me sinto mais forte abraçando essa fragilidade. Também estou aprendendo que é ok não me sentir pleníssima 100% do tempo – especialmente no meio de uma pandemia.

Quanto à amanhã: estou ansiosíssima, cheia de expectativas. Já pensei na programação, no look… Isso talvez seja uma das maiores constantes na minha personalidade, idealizar um momento e usar a moda como um recurso instantâneo de melhora de humor e auto-estima. Eu lembro de desde pequena fantasiar sobre coisas que eu gostaria que acontecessem na minha vida e desde que me entendo por gente, eu amo moda e amo usar roupas para me expressar. Sempre falo que, para mim, moda é expressão, arte e diversão. Poucas coisas fazem eu me sentir tão poderosa como vestir um look que eu amo.

Agora estou há meia hora, talvez mais, pensando qual é a lição que vou deixar para encerrar esse texto, mas a verdade é que não tem nenhum grande segredo. A não ser aquilo que a gente lê toda hora por aí, mas às vezes não dá o devido valor: que devemos aceitar quem somos, como somos a todo momento. Esse é o passo número um em busca da nossa felicidade. Vivemos em constante mudança e nos perceber assim e abraçar cada uma das versões que vão aparecer pelo caminho faz parte do processo – alguns mais fáceis e divertidos, outros nem tanto. O segundo passo é escolher um look bem lindo para enfrentar o que vem por aí! O meu de amanhã já está separado.

COMPRE O LOOK

Avatar do Autor

Beatriz Falcao


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.