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O futuro chegou

André Carvalhal reflete sobre o mundo em que queremos viver

Criado em: 14/07/2021 | Editado em: 29/10/2021

André Carvalhal (@carvalhando) é escritor, consultor e facilitador nas áreas de marketing, branding e design para sustentabilidade. Autor dos best-sellers Moda com propósito: Manifesto pela grande virada (2016), Viva o fim: Almanaque de um novo mundo (2018), finalista do prêmio Jabuti 2019, e de A moda imita a vida (2020). Para o Hering Todo Momento, Carvalhal levanta uma reflexão sobre como construir um futuro melhor com ações individuais e um olhar profundo para o coletivo. Olha só:

Por André Carvalhal


Quando éramos crianças, o futuro parecia ser algo bem distante. E promissor. “Tudo vai dar certo no futuro”, diziam por aí. E eu, e muita gente, acreditamos que o futuro seria algo legal, brilhante. Com o tempo, parece que o que era otimismo passou a ser incerteza e para alguns até pessimismo.

Recentemente, uma pandemia fez nossa vida virar de cabeça para baixo, e rapidamente o passado perdeu todo o sentido, podendo servir muito pouco como referência para a maneira como devemos agir. E o futuro…

É como se estivéssemos vivendo os tempos mais utópicos e ao mesmo tempo mais distópicos da história (para você também é assim?). De um lado, infinitas possibilidades e necessidades de transformação, graças a todo o avanço tecnológico que vivemos e a uma nova vida real que se apresenta. Do outro lado, crises em muitas áreas da nossa vida.

Mas no meio disso tudo, parece que cada vez mais pessoas estão despertando para uma importante noção. A verdade sobre o futuro, é que não existe uma verdade sobre o futuro. Ele sempre é redefinido e criado por nós agora, no presente.

Este é o momento de pensarmos sobre o mundo em que queremos viver e o que precisamos fazer para chegar lá. Estamos no auge de um momento no qual teremos a chance de transformar medo em confiança, egoísmo em generosidade, devastação por renovação, evoluindo de ações individuais para as coletivas.

Sabemos que não será simples. O desafio é tão grande quanto as possibilidades e os ganhos (é sempre assim). A boa notícia é que o futuro é aberto e depende de nós. Ao longo da história ele se quebrou e se consertou diversas vezes. Sempre foi reconstruído por pessoas inovadoras, criadoras e ativistas. Mas para interferirmos no futuro, precisamos agir no presente, começando por nós.

Isso tem ficado cada vez mais claro para mim. Começa no autoconhecimento. Na noção de quem somos. Na noção de que somos parte da natureza. Na noção de que deixamos uma pegada aqui na terra e de que tudo o que fazemos impacta o nosso entorno, até que volte para a gente. A má notícia é que ninguém vai salvar o futuro de forma isolada.

Ações e transformações individuais não serão suficientes. São muitas pessoas e processos atuando de forma desconectada há muito tempo. E digo isso não para firmar qualquer sentimento de culpa ou arrependimento. Muitas pessoas e organizações agiram de tal forma até hoje, motivadas pela falta de consciência em relação a diversas pautas urgentes. Outras, pela falta de opção.

Só que, diante de cada vez mais consciência sobre os nossos impactos, não temos como não nos movimentar. A noção de que a revolução começa em nós, mas de que sozinhos não fazemos a diferença, é muito importante. Ela deve ser a motivação para nos abrirmos a outras perspectivas e compartilharmos as nossas em prol da evolução da consciência coletiva.

É preciso estabelecer alianças, formar grupos, para estabelecer mudanças coletivas. Construir micropolíticas, comunidades e redes de apoio entre as pessoas em que acreditamos. Redes transparentes, acessíveis e ideologicamente compatíveis com a noção de que fazemos parte de um todo muito maior.

Pode parecer muito romântico, mas foi assim que aconteceu até hoje. Grandes transformações, criações e movimentos começaram com uma única pessoa. Foi assim com o telefone, a lâmpada e tantas outras invenções que transformaram a sociedade — e o sistema. Elas começaram em uma pessoa, e depois precisaram de muitas outras que as viabilizassem e distribuíssem, antes que mudassem nossas vidas para sempre.

Mas nada disso adianta — ações individuais ou coletivas — se o sistema não mudar. Sim, temos que aceitar isso também. Mas é importante lembrar que o que chamamos de “sistema” (empresas, instituições…) também é feito por pessoas. A partir de mudanças individuais é possível mudar sistemas, de dentro para fora, ou de fora para dentro, cobrando, votando…

Por isso eu sou otimista e trabalho cada vez mais para esse despertar da consciência – nas pessoas e nas organizações. Eu vejo que esse futuro não está (tão) ali na frente. Ele já está misturado no presente. Coisas boas já estão acontecendo. Há muita gente se movimentando e empresas se transformando. A revisão de hábitos individuais e mudanças organizacionais e sistêmicas estão cada vez mais perto de nós.

E com uma grande novidade: a Hering em prol da preservação da Amazônia para os 30 anos da camiseta que é ícone da marca, vai compensar em dobro a pegada de carbono de cada camiseta. E o que achei mais bacana, é que o custo não foi repassado para o valor das peças, será um investimento da companhia, que há muito tempo vem reinventando o básico com consciência, fazendo mudanças estruturais. Desejo que possamos ver cada vez mais exemplos como esse, de compromissos que geram impactos positivos para o presente do planeta

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Beatriz Falcao


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