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Você sabe o que é moda sustentável?

A influenciadora e cientista social Nátaly Neri compartilha as suas dicas!

Criado em: 13/07/2021 | Editado em: 21/12/2021

Cuidar do que é nosso, preservar com consciência, inovar com coragem. A camiseta básica da Hering agora compensa em dobro a sua própria pegada de carbono em uma parceria com a Moss. A nossa peça ícone assume um novo papel essencial para a conservação da nossa Amazônia.

Pensando nisso, que tal saber mais sobre moda sustentável e sobre como fazer escolhas sustentáveis, tanto para você quanto para o planeta? Convidamos Nátaly Neri (@natalyneri), que além de bacharel e licenciada em Ciências Sociais, cursa atualmente MBA em Sustentabilidade e Economia Circular. Nátaly também é criadora de conteúdo desde 2015 na internet com mais de 1 milhão de seguidores em suas redes sociais, dividindo temas como veganismo, sustentabilidade, slow living, moda consciente e relações raciais, sociais e de gênero. Vem ver:

Por Nátaly Neri

De que vale uma roupa que causa menos impacto no mundo com tantos desafios enfrentados hoje pela humanidade? A realidade é que a moda é grande parte das nossas culturas, está na base de quem somos. É assim que construímos nossas identidades individuais e coletivas: me visto de preto para demonstrar comportamento reservado, taciturno ou expressar meu gosto musical. Ou me visto com cores para expressar minha personalidade despojada e leve com grandes referências na cultura pop atual.

De um jeito ou de outro, você lida com moda mesmo quando não está pensando nela, você pensa em moda quando escolhe uma camiseta branca e um jeans básico da mesma forma que quem constrói camadas de vestidos em estilo vitoriano inspired. O que veste te posiciona, conta história, afirma ou nega impressões e partes de si ou do todo que gostaria de expressar.

Moda é fundamentalmente comunicação. E como a comunicação é um processo fundamental do desenvolvimento humano, fica bem mais fácil entender o porquê de precisarmos pensá-la de forma ampla, intencional e responsável.

Hoje em dia a indústria têxtil é uma das mais poluentes. Os processos de produção de roupas podem ser absolutamente degradantes para o meio ambiente e nós não temos escolha, não podemos parar de nos vestir quando a nudez ainda é não só uma prática não aceitável, como biologicamente insuficiente para o frio.

Quais alternativas temos então? A primeira e mais fácil está na moda consciente. Precisamos consumir com mais parcimônia, sem deixar que os impulsos explosivos de consumo lotem nosso guarda-roupa e estourem nossos cartões. É importante saber quem se é, o que se quer e do que se gosta para fazer escolhas qualitativas no âmbito do consumo de roupas. Garantindo que aquilo que você tem, tenha vida útil, seja usado. Independente de estilos maximalistas ou minimalistas na sua estética, na moda consciente, menos é mais.

Outras alternativas que também nos cabem é sabermos que a roupa não tem fim quando não a queremos mais. Elas podem ser doadas e transformadas se forem bem cuidadas. Temos que tratar nossas roupas como os bens que são e retirar o caráter descartável de nossas peças quando o interesse nela se perde junto com a troca de estação. Podemos consumir roupas usadas, podemos fazer feiras de troca e incentivar a existências de bazares e brechós.

E isso realmente muda o mundo? Infelizmente não. A moda consciente é uma maneira de consumirmos individualmente de formas menos nocivas, de criarmos uma consciência coletiva educada para os riscos que o consumo desenfreado e descartável de roupas causa. Mudar nossas ações individuais, aos poucos, nos permite mudar o nosso entorno.

Afinal, somos pequenas engrenagens. Nossas escolhas moldam a forma como a cultura se estabelece. Se sozinhos não temos todo o poder do mundo, enquanto engrenagens temos força para nos mover e fazer girar a roda das ideias e dos costumes. As suas ações importam, suas escolhas também moldam o futuro. É sobre a autorresponsabilidade, mas não só isso.

E por isso há uma outra alternativa à realidade ambiental de hoje: a moda sustentável. Apesar de parecer a mesma coisa que a moda consciente, não é. Na moda sustentável, direcionamos as ferramentas de transformação para a indústria, a que realmente tem tirado mais do meio ambiente do que deveria. Moda sustentável são processos conscientes e intencionais de produção têxtil em que o objetivo não é só estético, mas fundamentalmente regenerativo para nosso planeta.

Está nas mãos de quem produz repensar processos danosos, abraçar novas iniciativas e descobertas científicas que reduzam e negativem os impactos atualmente gerados. Se nós, enquanto consumidores, temos a responsabilidade de repensar nossos hábitos de consumo porque temos muito mais roupas no mundo do que gente, é responsabilidade ainda maior da indústria entender qual legado verdadeiramente deixará para esse mundo do qual ela também faz parte.

Moda sustentável é aprender com as experiências passadas que talvez o êxito em reduzir danos não tenha sido 100% alcançado, mas o desejo de ser responsável fale mais alto. Moda sustentável é reeducar setores inteiros da indústria, é mudar a comunicação, mostrando que uma roupa não é só uma roupa. Moda sustentável é se responsabilizar por um grande problema que a humanidade sozinha causou ao meio ambiente. É mudar como vivemos no mundo para salvar esse mesmo mundo. É o básico original sempre em reinvenção.

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Beatriz Falcao


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